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Pequenos negócios recebem orientações sobre acesso a crédito para inovar

O painel “Precisa de crédito para inovar?” atraiu a atenção dos participantes da nona edição do Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria que acompanhavam as atividades do Lounge Sebrae nessa quinta-feira (10), em São Paulo. Foram apresentados detalhes da parceria do Sebrae com a empresa pública Finep Inovação e Pesquisa, que vai apoiar pequenos negócios que desejam inovar. O programa de crédito lançado no fim do ano passado vai disponibilizar R$ 1 bilhão por meio de cinco linhas de financiamento a microempresas e empresas de pequeno porte brasileiras. 

Os recursos serão operacionalizados pelas 25 agências de fomento credenciadas pela Finep em todo Brasil, com taxas que podem variar de 4,5% a 8,2% ao ano, prazos de pagamento que variam de 4 até 11 anos. Na parceria, o Sebrae oferecerá consultoria gratuita e capacitação para a elaboração das propostas e submissão dos pedidos de financiamento. A instituição também poderá conceder garantia aos financiamentos por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). 

Para tratar do assunto e esclarecer os principais pontos dessa iniciativa, o Lounge Sebrae recebeu o superintendente de Inovação da Finep, Newton Hamatsu, e o gerente de negócios do setor privado, da agência de fomento Desenvolve SP, Thiago Mardo. Outro convidado do painel foi o diretor executivo da Lace, Henrique Lemos, que contou a experiência da empresa para acessar recursos públicos e financiar um produto inovador desenvolvido para o setor aeronáutico. O bate-papo foi mediado pelo analista de Inovação do Sebrae, Thiago Cunha. 

“Queremos que o empreendedor tenha consciência da importância de estar preparado para receber esse crédito à inovação, que é um diferencial desta parceria. Existe o crédito, existe o recurso, mas é preciso que os projetos submetidos estejam alinhados com todas os requisitos e as necessidades. Afinal, estamos falando de recursos públicos que precisam ter sua devida aplicação e devido controle”, ressaltou o especialista do Sebrae. 

Durante o painel, o superintendente de Inovação da Finep, Newton Hamatsu, esclareceu onde os recursos poderão ser aplicados, uma das principais dúvidas dos empreendedores. “A Finep olha a inovação em um nível mais abrangente, em todos os níveis de desenvolvimento. Isso inclui desde gastos intangíveis da própria pesquisa até o custeio de insumos como maquinários, softwares e contratação de terceiros. Os recursos também podem ser utilizados para colocar a solução no mercado, com ações de marketing e aquisição de certificações para a produção de um lote piloto”, enumerou.

Os donos de pequenos negócios interessados em acessar os créditos da parceria Sebrae/Finep podem entrar no Portal Sebrae para preencher um cadastro preliminar. No site, também é possível encontrar mais detalhes das linhas de crédito oferecidas e as condições de pagamento, como taxas de juros, prazos de carência e de pagamento. Clique aqui para saber mais.
 

Cientistas empreendedores 

O último dia do Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria também discutiu os desafios que pesquisadores e cientistas encontram para empreender no país. O painel “Negócios Inovadores de Base Tecnológica: criação de spinoffs x transferência de tecnologia”, realizado no Lounge Sebrae, apresentou dois projetos que participam do projeto Catalisa ICT. A iniciativa selecionou pesquisas acadêmicas com potencial de gerar novos negócios no Brasil. 

A bióloga e pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/PR), Maria Luiza dos Santos, apresentou a fim de desenvolver um biosensor para diagnóstico precoce do câncer de mama. A ideia do modelo de negócio é disponibilizar o produto por meio da venda de kit ou do serviço para hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias entre outros potenciais interessados. Segundo a pesquisadora, existem muitas dificuldades para empreender como cientista no Brasil. “Minhas motivações incluem a falta de autonomia como pesquisadora dentro dos ICT, dificuldade de acesso a recursos privados, burocracias internas, entre outros”, pontuou. 

Outro pesquisador que participou do painel foi Marcos Sachet, que comanda a startup Roraiagro que desenvolveu uma colheitadeira inteligente de cachos de açaí, produto com grande potencial econômico em Roraima. A atividade de colher açaí é feita manualmente, tornando-se perigosa com riscos de acidentes para os produtores. Além da construção da máquina, o projeto também inclui a criação de um aplicativo de controle automatizado da colheitadeira.

Nova fase

Nesta sexta-feira (11), será divulgado o resultado da seleção de pesquisadores para uma nova fase da jornada do projeto, em que 270 planos de inovação vão receber recursos de até R$ 150 mil, com o objetivo de investirem na criação e formalização de uma micro e pequena empresa de base tecnológica. 

Segundo o pesquisador, é muito importante ter incentivos como o Catalisa ICT. “Neste primeiro momento, é um produto que não tem receita e está em fase de teste, mas envolve custos para produzi-lo e buscar fazer as melhorias necessárias, a partir dos feedbacks dos produtores. Então, os recursos são fundamentais para que alcancemos a versão final que vai ser comercializada e trará receita para a startup”, destacou. 

Depois da etapa de criação de novos Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNPJ), o Catalisa ICT lançará um novo edital para a seleção de 135 pequenos negócios inovadores, a partir de projetos de PD&I. Por fim, os selecionados vão participar da quarta etapa, quando terão a oportunidade de ter contato com investidores e se aproximar de empresas e potenciais parceiros. Ao todo, foram realizadas 1.560 inscrições no primeiro edital do Catalisa ICT. 

Sobre o Sebrae 50+50

Em 2022, o Sebrae celebra 50 anos de existência, com atividades em torno do tema “Criar o futuro é fazer história”. Denominado Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza os três pilares de atuação da instituição: promover a cultura empreendedora, aprimorar a gestão empresarial e desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios no Brasil. Passado, presente e futuro estão em foco, mostrando a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar também para os novos desafios que virão para o empreendedorismo no país.

Fonte: Agência Sebrae